Newsletter #31
"Não há um centímetro quadrado em todo o domínio de nossa existência sobre o qual Cristo, que é soberano de todos, não possa gritar: é meu." Abraham Kuyper
O Evangelho como Sistema de Governo
O Evangelho é fundamentalmente uma mensagem sobre governo: o governo soberano de Deus sobre toda a criação, a rebelião dos homens contra esse governo e a restauração do governo de Cristo sobre todas as coisas, começando por seu povo.
Já parou para pensar que o Evangelho, em essência, conta uma grande história sobre quem governa nossas vidas?
Que Deus reina soberanamente desde a eternidade, isso você provavelmente já sabe, pois o Salmo 103 nos lembra claramente: "Nos céus, estabeleceu o SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo". O Deus trino, que criou e sustenta todas as coisas, governa sobre sua criação com infinito poder, amor e justiça.
A maravilha das Suas obras pode ser vista em toda parte. E o homem, como a coroa dessa criação, foi colocado para representar Deus neste mundo. Ele nos criou à Sua imagem e delegou-nos autoridade para governar a criação (Gênesis 1:26-28; Salmo 8:4-6). O conceito-chave aqui é Imago Dei, onde o governo estabelecido por Deus deveria se manifestar no cuidado amoroso e responsável pela criação.
A rebelião contra o governo de Deus
O pecado original pode ser entendido claramente como uma rebelião ao governo divino. O que Deus criou e declarou ser bom deveria ter manutenção pelas mãos humanas, mas a maior desgraça da história deste mundo aconteceu: pecamos contra o Criador. Em outras palavras, dissemos a Deus que nossa vontade deveria prevalecer em lugar da Sua boa vontade (Gênesis 3; Romanos 5:12).
Esse é o engano da autonomia humana: a falsa crença de que podemos dizer "eu governo minha própria vida". A consequência imediata dessa rebelião foi a escravidão ao pecado (Romanos 6:16; João 8:34). Querendo governar a nós mesmos, acabamos governados por nossos próprios desejos, gerando todo tipo de pecado (Tiago 1:14-15).
O Reino restaurado em Cristo
Jesus Cristo é o Rei redentor que restabelece o governo divino sobre nossas vidas. É Ele quem nos concede a “boa dádiva e dom perfeito”, regenerando-nos pela palavra da verdade para que novamente possamos ser frutos que agradam a Deus (Tiago 1:17-18; Mateus 28:18; Colossenses 1:13-14).
Por meio da nova vida em Cristo, somos libertos do domínio do pecado e submetemo-nos voluntariamente ao Reino de Deus (Romanos 6:22; Gálatas 2:20). A partir de agora, pouco importa o que achamos ou pensamos sobre como governar nossa vida. O importante é o que Jesus Cristo, o modelo ideal de humanidade, definiu como correto. Agora Ele é quem governa, e é Ele quem define as regras.
A igreja como expressão do Reino de Deus na Terra
Se Cristo governa, isso ocorre por meio de Sua igreja (Efésios 1:22-23; Colossenses 1:18). Essa é a beleza e grandeza da igreja: refletir o Reino de Deus por meio de atos concretos de amor, justiça e misericórdia.
Podemos lembrar alguns exemplos do impacto social da igreja ao longo da história. A igreja primitiva era conhecida pelo cuidado mútuo e pela partilha generosa de bens, aliviando a pobreza e oferecendo à sociedade romana um modelo alternativo de justiça social e econômica (Atos 2:42-47).
Outro exemplo são os cuidados dedicados pela igreja aos grupos mais vulneráveis da sociedade antiga—especialmente viúvas e órfãos—implementando ações que refletiam diretamente a justiça e misericórdia divinas (Tiago 1:27; Atos 6:1-7).
Historicamente, podemos também lembrar os movimentos cristãos pela abolição da escravatura nos séculos XVIII e XIX, liderados por figuras como William Wilberforce, movidos pela compreensão bíblica da dignidade humana.
Na Reforma Protestante, no século XVI, líderes como Lutero e Calvino impulsionaram a educação universal, promovendo o surgimento de escolas, universidades e sistemas educacionais que democratizaram o acesso ao conhecimento e às Escrituras.
Além disso, a criação de hospitais, clínicas e missões médicas pelo mundo foi amplamente influenciada pela igreja cristã, sendo a Cruz Vermelha um exemplo claro desse impacto social.
Consumação final do governo de Cristo
O governo de Jesus Cristo será plenamente estabelecido em Sua segunda vinda (Apocalipse 21:1-5; Filipenses 2:9-11). Essa esperança futura modela nossa forma de pensar e viver como representantes desse Reino aqui na terra.
“Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou".
Apocalipse 21.4
Como essa verdade impacta sua vida agora?
Se o Evangelho é essencialmente sobre governo, precisamos refletir seriamente sobre quem governa nossa vida hoje. Se você está lendo este texto e ainda não conhece o Evangelho, essa é a hora de se perguntar com sinceridade: Quem governa a sua vida?
Depois de tudo que leu até aqui, quero te convidar a fazer uma escolha consciente:
Eu creio no Evangelho e quero que Cristo governe a minha vida.
Eu não creio no Evangelho e aceito as consequências dessa decisão.
Espero profundamente que você escolha a primeira opção. Se essa for sua decisão, recomendo procurar imediatamente uma igreja bíblica. E por bíblica, quero dizer uma igreja que, acima de tudo, seja conhecida por pregar fielmente o Evangelho de Cristo.
Que o Espírito Santo te guie nessa caminhada de fé e te acolha na família de Deus.
Augusto Marques
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