Newsletter #28
"Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca." Apocalipse 3.15,16
O Perigo do Cristianismo Cultural: Uma Fé Sem Vida
O cristianismo cultural é um dos maiores perigos para a fé genuína. Ele se manifesta quando pessoas assimilam os símbolos, a estética e os hábitos cristãos sem um verdadeiro compromisso com Deus. Essa forma de "cristianismo" não é um caminho para a salvação, pois ninguém pode ir a Deus por meio da cultura, mas apenas pela graça (sola gratia), mediante a fé em Cristo (sola fide), como ensina Efésios 2:8-9:
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie."
A história mostra o perigo do cristianismo cultural. O rapper Kanye West, por exemplo, lançou um álbum devocional (Jesus is King), que é abslutamente sensacional, mas, com o tempo, seu testemunho foi se dissipando.
Ele divorciou-se e recentemente expôs sua esposa nua em um evento, revelando uma vida que contradiz os valores cristãos. Essa é a marca de um cristianismo que não transforma, pois não é fruto de uma regeneração real.
O cristianismo cultural pode até enfeitar a sociedade com cruzes e versos bíblicos, mas sem vida em Deus, torna-se apenas um verniz para encobrir o pecado. Esse fenômeno incentiva a hipocrisia e a falta de comprometimento. Pessoas se dizem cristãs, frequentam igrejas, usam camisetas com versículos e compartilham frases de efeito nas redes sociais, mas não possuem um coração regenerado. São como os fariseus que Jesus denunciou em Mateus 23:27:
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia."
O problema não se limita aos que afirmam seguir Cristo. Há aqueles que atacam deliberadamente a fé cristã, usando seus símbolos de forma blasfema. Madonna, que já foi oficialmente excomungada pela Igreja Católica, fez um show no Rio de Janeiro em 2024 que pode ser descrito como um culto demoníaco, zombando da fé cristã com iconografia religiosa.
Enquanto ela e outros zombadores se rebelam contra Deus, o próprio Senhor ri dos seus inimigos, como está escrito no Salmo 2:4:
"Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles."
Mas Deus não é uma mera cultura. Seu Reino não se reduz a hábitos sociais ou a um patrimônio histórico. O cristianismo não pode ser tratado como um conjunto de símbolos ou tradições, pois a verdadeira fé é vivida no coração daqueles que foram transformados pelo Espírito Santo.
O Reino de Deus não depende da aceitação do mundo, nem precisa se tornar palatável à cultura. Pelo contrário, como nos lembra Romanos 12:2:
"E não vos conformeis com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
No entanto, há momentos em que a cultura reflete aspectos bons, belos e nobres da fé cristã. Um exemplo recente disso foi a inauguração da impressionante MSG Sphere, uma arena futurista em Las Vegas com 150 mil m² de tela LED e resolução de 18K. O show de abertura, realizado pela banda U2 em outubro de 2023, trouxe não apenas inovação tecnológica e uma experiência artística impecável, mas também uma marcante demonstração da fé cristã.
Durante a apresentação, Bono Vox, vocalista da maior banda pop do mundo, usava dois crucifixos em seu peito, um símbolo inconfundível da fé cristã, exposto diante de milhares de espectadores e milhões de telespectadores ao redor do mundo.
Diferente do cristianismo cultural vazio, essa influência cristã na cultura faz sentido porque está alinhada com o que é bom, belo e verdadeiro. O cristianismo, quando expresso na cultura de forma autêntica, pode servir como um meio para transmitir virtudes, promover valores elevados e apontar para a verdade maior que é Cristo. No entanto, isso só tem valor real quando é fruto de uma vida transformada, e não apenas uma estética sem raiz espiritual.
O Reino de Deus avança por meio de uma igreja viva, composta por pessoas cheias do Espírito, que demonstram uma vida coerente entre palavras e ações. Nossa missão é pregar e instar para que mais vidas sejam verdadeiramente alcançadas. Jesus advertiu em Mateus 7:21:
"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus."
No fim, quando todas as coisas forem consumadas, não haverá um só joelho que não se dobre diante de Cristo (Filipenses 2:10-11). Até lá, nossa responsabilidade é viver para o verdadeiro Reino de Deus, rejeitando o engano de uma fé apenas cultural. Que o Senhor levante um povo que queima pelo Seu Espírito, e não apenas por ideias superficiais e vazias que não produzem frutos.
Augusto Marques







